domingo, 19 de maio de 2013

SONHOS

Ontem mesmo eu a vi logo ali, tão próxima de mim
subindo incansável, inconsolável,
a ladeira de nossa rua igual a tantas outras
que já vi, que chorei, que parei.

Logo ali eu a vi, tão próspera, tão cheia de si.

Ontem mesmo eu a vi,
estacionado numa dessas esquinas,
que a vida insiste em colocar em nossos caminhos,
que já vi, que chorei, que amei.

Logo ali eu me vi, imóvel, tão perdido em mim.

Eu a vi brotando, surgindo, do nada
em passos largos ladeira acima,
senti a mulher, linda, fazendo bum... bum...bum...[em mim!]
Mesmo em sonhos eu a vi, ontem, surgindo em fim.

Ávida, orgulhosa, apaixonada
vi aquela mulher, linda, que passa... passa... passa...  [por mim!]

ORQUIDEAS




ORQUIDEA

Flor selvagem que não se deixa domar, domesticar,
força que não se identa, que não se inventa, reinventa.
Dialética de um tempo insistente que se recusa a passar.

Uma flor selvagem que busca seu espaço,
sem resumos, nem rumos, em folhas soltas ao vento.
Filosofia própria, duradoura, feita águas daquele rio
caldaloso, tortuoso, incerto, mas preciso.

Selvagem flor de únicos momentos,
imperfeição da natureza que se descobre, reinventa.

Flor de beleza constante, marcante,
doce e selvagem,  feroz mas cristalina,
a mais bela força da natureza.